
Tão cães quanto nós
Um final feliz para a Margarida
Recordam-se, certamente, de um apelo que fiz há umas semanas sobre a Margarida, uma gatinha com dois meses que estava para adopção. Felizmente, na passada 2ª feira, foi adoptada.
Mas até ir para a sua nova casa foi rejeitada por uma pessoa supostamente interessada em levá-la para o ceio da sua família. Porquê? Porque a Margarida é cega de um dos olhinhos. Quando a encontrei ela tinha uma grande infecção nos olhos. Levei-a ao veterinário, comecei a fazer-lhe o tratamento, ficou curada, mas acabou por ficar cega do olho direito. A Margarida ficou em regime de FAT (família de acolhimento temporário), uma vez que a senhora me disse que como tinha aquele “problema” não a queria. Mas como ainda existem pessoas sem preconceitos, esta querida menina foi recebida de braços abertos por uma casal maravilhoso que me disse: “É cega? Não há problema nenhum, faz com que ela seja ainda mais especial para nós”. Comovente esta demonstração de amor. Aos donos da Margarida, muito obrigada e um muito bem-haja pelo tamanho do vosso coração.
Será que por ter tido o infortúnio de cegar não merecia ser feliz? Será que as pessoas não pensam que um dia poderão vir a sofrer de um qualquer tipo de problema que as deforme ou incapacite? Provavelmente nessa altura sentirão na pele o quão dolorosa é a rejeição por se ser diferente e quão deprimente é sermos preconceituosos.
"A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana."